
MÓDULO 1 – Fundamentos da Avaliação Evolutiva e Legislação Urbana (4h)
Objetivo: Apresentar os princípios da metodologia evolutiva e o arcabouço legal que regula o uso e ocupação do solo urbano, fundamentais para avaliações seguras e bem embasadas.
1. Métodos previstos na NBR 14.653-1: enfoque na metodologia evolutiva
Neste tópico, o aluno conhecerá os métodos principais de avaliação de imóveis previstos na NBR 14.653-1, com destaque para a metodologia evolutiva, que considera separadamente o valor do terreno e das benfeitorias (como edificações e melhorias), e depois os agrega. Esse método é amplamente utilizado para imóveis urbanos construídos.
2. Conceitos de terreno, benfeitorias e valor agregado
Será explicado o que se entende por terreno (solo nu), benfeitorias (construções, muros, instalações etc.) e como a junção desses dois elementos forma o chamado valor agregado. Essa separação é essencial para aplicar corretamente a metodologia evolutiva e interpretar os valores de forma técnica e fundamentada.
3. Aplicações práticas da metodologia evolutiva
Aqui o aluno verá situações práticas em que a metodologia evolutiva é mais indicada, como em casas, galpões, prédios comerciais ou residenciais. Também entenderá como esse método permite identificar quanto vale o terreno separadamente da construção, o que é útil em processos judiciais, desapropriações e regularizações.
4. Lei nº 6.766/1979: loteamentos, diretrizes urbanas e impacto na avaliação
Neste tópico, será apresentado um resumo da Lei nº 6.766/79, que regula os loteamentos urbanos. O aluno entenderá como as exigências legais para parcelamento do solo (como largura de ruas, infraestrutura, áreas públicas) impactam diretamente na valorização ou desvalorização de um imóvel urbano.
5. Plano Diretor: zoneamento, uso e ocupação do solo, coeficiente de aproveitamento e o reflexo nos valores
Por fim, o aluno aprenderá o que é o Plano Diretor Municipal e como ele define regras para cada região da cidade — como zoneamento, o que pode ou não ser construído, alturas máximas, e o coeficiente de aproveitamento (quantidade de metros quadrados que podem ser construídos no lote). Essas regras influenciam diretamente o potencial construtivo e o valor de mercado do imóvel.
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MÓDULO 2 – Caracterização do Imóvel e Identificação das Áreas (4h)
Objetivo: Ensinar o aluno a realizar corretamente o levantamento físico, documental e legal do imóvel, base essencial para a aplicação da metodologia evolutiva.
1. Identificação e caracterização técnica do imóvel
Neste tópico, o aluno aprenderá a levantar os principais dados físicos e técnicos do imóvel, como localização, padrão construtivo, tipo de ocupação, número de pavimentos, idade aparente e estado de conservação. Essa caracterização serve de base para a estimativa do custo de reprodução ou substituição da edificação.
2. Verificação da matrícula, inscrição municipal, projeto aprovado e habite-se
Aqui, abordaremos como analisar os documentos formais que comprovam a existência legal do imóvel: matrícula no Cartório de Registro de Imóveis (propriedade), inscrição municipal (vinculada ao IPTU), o projeto arquitetônico aprovado pela prefeitura e o habite-se (autorização para uso). A ausência ou inconsistência desses documentos pode comprometer o valor ou a legalidade do bem.
3. Diferença entre áreas construídas: real, privativa, equivalente e comum
Este tópico explica os diferentes tipos de áreas usados nas avaliações. A área real é a construída de fato; a privativa é a de uso exclusivo do proprietário; a comum corresponde às partes coletivas em edifícios; e a área equivalente ajusta essas medidas conforme o uso e o padrão. Entender essa diferença é essencial para calcular valores com precisão.
4. Cálculo da área equivalente conforme ABNT NBR 12.721:2006
O aluno será introduzido ao método de cálculo da área equivalente, que considera fatores de ponderação (ex: garagem, varandas, áreas comuns) para tornar comparáveis unidades distintas. Esse cálculo é obrigatório em avaliações evolutivas e segue parâmetros definidos pela norma ABNT NBR 12.721:2006.
5. Importância da correta identificação para valorização e aplicação do custo unitário
Por fim, será demonstrado como uma caracterização correta do imóvel impacta diretamente na aplicação do custo unitário de construção e na valorização final. Erros nessa etapa podem levar a distorções no valor do bem, tornando o laudo inválido ou impreciso.
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Módulo 3 – Custo de Reprodução e Substituição na Avaliação Evolutiva
Objetivo: Neste módulo, o aluno aprenderá como calcular o custo de construção de um imóvel utilizando fontes oficiais e métodos reconhecidos no mercado. Serão apresentadas as principais tabelas e sistemas de custos, além de técnicas para levantamento quantitativo, classificação do padrão construtivo e adequação do custo conforme a tipologia do imóvel.
1. Diferença entre custo de reprodução e de substituição
Neste tópico, vamos entender a diferença entre construir uma réplica fiel de um imóvel original (custo de reprodução) e criar uma versão equivalente usando técnicas e materiais atuais (custo de substituição). Essa distinção é essencial para escolher o método mais adequado na avaliação evolutiva.
2. Fontes: CUB, SINAPI, TCPO, ORSE, PINI
Aqui, você conhecerá as principais referências oficiais para obtenção de custos de construção no Brasil. Vamos explorar como acessar e interpretar o CUB, SINAPI, TCPO, ORSE e PINI, garantindo dados confiáveis para a avaliação.
3. Noções básicas sobre levantamento quantitativo e orçamentação
Neste tópico, vamos apresentar os fundamentos do levantamento quantitativo, mostrando como o profissional habilitado identifica e calcula as quantidades de materiais e serviços necessários para a execução de uma obra. Também veremos como essas informações são organizadas e convertidas em um orçamento claro, detalhado e tecnicamente preciso, servindo de base para uma avaliação confiável.
4. Classificação dos padrões construtivos
Vamos estudar como identificar o padrão construtivo de um imóvel (baixo, médio, alto etc.) e compreender o impacto dessa classificação no valor final apurado pela metodologia evolutiva.
5. Adequação do custo conforme padrão e tipologia
Por fim, veremos como ajustar os custos calculados de acordo com o padrão construtivo e a tipologia do imóvel (residencial, comercial, industrial), assegurando maior precisão na avaliação.
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MÓDULO 4 – Idade do Imóvel e Estado de Conservação
Objetivo: Capacitar o aluno a compreender como a idade e o estado de conservação da edificação influenciam diretamente no valor de mercado do imóvel, aplicando critérios técnicos de avaliação conforme as normas da ABNT.
1. Diferença entre idade cronológica (real) e idade aparente (funcional)
A idade cronológica é aquela contada a partir da data de construção do imóvel, ou seja, corresponde ao tempo real de existência da edificação. Já a idade aparente (ou idade funcional) refere-se à percepção do avaliador quanto ao desgaste físico e à manutenção realizada.
2. Classificação do estado de conservação do imóvel
A avaliação do estado de conservação deve observar aspectos como estrutura, revestimentos, instalações elétricas, hidráulicas e pintura. Costuma-se classificar os imóveis. Essa classificação influencia diretamente no valor do imóvel, já que um imóvel bem conservado tende a manter maior liquidez no mercado.
3. Tabela de vida útil por tipo construtivo
A NBR 14653 traz orientações sobre a vida útil estimada de edificações de acordo com o tipo construtivo. Essa referência técnica auxilia o perito/avaliador a estimar em que fase da vida útil a edificação se encontra, servindo de base para cálculos de depreciação e para a determinação da idade aparente.
4. Impacto da idade e da conservação na avaliação do valor final
O valor de mercado de um imóvel é fortemente influenciado pela combinação entre sua idade e conservação. Um imóvel antigo, mas bem conservado, pode alcançar valores próximos aos de um imóvel novo. Já um imóvel relativamente novo, porém mal conservado, pode sofrer forte desvalorização. Esse impacto deve ser tratado de forma técnica no laudo, utilizando parâmetros comparativos de mercado ou tabelas de depreciação reconhecidas.
5. Relação entre depreciação e perda de funcionalidade
A depreciação está ligada à redução do valor econômico da edificação ao longo do tempo. Essa perda pode ser física (desgaste natural de materiais), funcional (perda de adequação às necessidades atuais, como falta de elevador em prédios antigos) ou econômica (alterações no entorno que reduzem a atratividade). Compreender essa relação é essencial para determinar com precisão o valor do imóvel, pois nem toda perda de valor está vinculada apenas ao desgaste físico — muitas vezes a perda de funcionalidade tem maior peso.
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MÓDULO 5 – Depreciação Física, Funcional e Econômica (4h)
Objetivo: Ensinar o aluno a calcular a depreciação de um imóvel de acordo com seu estado de conservação e uso.
1. Conceitos de depreciação física, funcional e econômica
A depreciação é a perda de valor de um imóvel com o tempo.
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Física: desgaste natural (ex.: rachaduras, infiltrações).
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Funcional: quando o imóvel não atende mais às necessidades atuais (ex.: casa sem garagem).
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Econômica: causada por fatores externos (ex.: bairro desvalorizado).
2. Tabela Ross-Heidecke: origem, estrutura e aplicação
A Tabela Ross-Heidecke é usada para calcular depreciação de forma padrão. Ela mostra, em percentuais, quanto do valor do imóvel já foi perdido de acordo com sua idade e vida útil.
3. Como fazer interpolação de valores da tabela
Quando a idade do imóvel não aparece exata na tabela, fazemos uma conta simples para achar o valor entre duas linhas próximas. Essa conta é chamada de interpolação.
4. Cálculo do índice de depreciação e valor depreciado
O índice de depreciação mostra o quanto o imóvel já perdeu de valor. Multiplicando esse índice pelo custo da construção, encontramos o valor depreciado, ou seja, o valor atual da edificação.
5. Fator de Comercialização (FCI) na Avaliação Imobiliária
Neste módulo, você descobrirá como o Fator de Comercialização Imobiliária (FCI) influencia o valor de mercado de um imóvel.
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MÓDULO 6 – Avaliação do Terreno e Fatores Influentes (4h)
Objetivo: Apresentar os critérios para avaliação do terreno e sua influência na composição final do valor do imóvel.
1. Avaliação do terreno: método comparativo direto aplicado ao evolutivo
A avaliação do terreno dentro da metodologia evolutiva utiliza o método comparativo direto de dados de mercado, que consiste em comparar o terreno avaliado com outros terrenos similares que foram negociados ou estão ofertados no mercado. O objetivo é identificar o valor unitário do terreno (R$/m²) que servirá como base para a composição do valor do imóvel.
No contexto evolutivo, esse valor é fundamental porque o terreno é a base sobre a qual será acrescido o custo de reprodução ou substituição das benfeitorias, chegando ao valor final do bem.
2. Fatores de localização, topografia, testada, zoneamento e outros
Nem todos os terrenos possuem a mesma atratividade. Aspectos como localização (bairro, proximidade de serviços e vias principais), topografia (declive, aclive ou plano), largura da testada (frente do terreno), zoneamento urbano e infraestrutura disponível influenciam diretamente o valor do terreno.
Esses fatores explicam por que dois terrenos de mesma metragem podem ter valores bastante diferentes: o mercado precifica as vantagens ou desvantagens de cada um.
3. Tratamento por fatores e homogeneização
Quando se coletam dados de terrenos no mercado, raramente eles são idênticos ao terreno avaliado. Para corrigir essas diferenças, aplicam-se fatores de homogeneização, que ajustam os valores de oferta ou venda conforme as características distintas.
Exemplo: se um terreno comparável tem testada maior que o terreno avaliado, aplica-se um fator de correção para aproximar os dois à mesma condição. Assim, torna-se possível comparar de forma justa os valores, reduzindo distorções.
4. Aplicação de fatores de comercialização
Além das características físicas, é importante considerar as condições de negociação. Preço de oferta, prazos de pagamento, forma de financiamento e até a urgência do vendedor podem alterar o valor real de mercado.
Por isso, aplica-se um fator de comercialização, que ajusta o preço pesquisado (oferta ou venda) para aproximá-lo do valor de mercado mais provável em condições normais de negociação.
5. Variações de valor conforme plano diretor, uso permitido e potencial construtivo
A legislação urbanística é determinante no valor do terreno. O plano diretor e as leis de zoneamento definem o que pode ou não ser construído: altura máxima, coeficiente de aproveitamento, recuos obrigatórios e usos permitidos (residencial, comercial, misto, industrial).
Um mesmo terreno pode ter valor muito diferente dependendo do seu potencial construtivo. Por exemplo: um lote em zona onde é permitido construir edifícios de vários pavimentos geralmente vale mais do que um em área restrita a casas térreas. Assim, o avaliador deve sempre verificar a legislação vigente para estimar o valor corretamente.
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Módulo 7 – Cálculo Final do Valor e Estruturação do Laudo
Objetivo: Ensinar a finalizar o valor do imóvel e redigir o laudo técnico conforme normas.
1. Composição final do valor: terreno + valor da edificação e benfeitorias depreciadas
Nesta etapa, o avaliador reúne os elementos obtidos ao longo do processo. O valor final do imóvel é formado pela soma do valor do terreno com o valor da edificação e das benfeitorias, já considerando a depreciação (perda de valor ao longo do tempo). Assim, garante-se que o resultado expresse de forma realista o valor atual de mercado do bem.
2. Como avaliar as benfeitorias úteis e voluptuárias
As benfeitorias são melhorias feitas no imóvel. Na avaliação, as úteis tendem a agregar valor de maneira mais consistente, enquanto as voluptuárias exigem análise de mercado para verificar se realmente impactam o val
3. Classificação e justificativa do grau de fundamentação e precisão
Segundo a NBR 14653, cada laudo deve indicar o grau de fundamentação (a profundidade do estudo e das informações utilizadas) e o grau de precisão (o nível de confiabilidade do resultado). Essa classificação deve ser justificada pelo avaliador, considerando a disponibilidade de dados, a metodologia aplicada e as limitações encontradas. Isso dá transparência e segurança técnica ao laudo.
4. Estrutura do laudo técnico: introdução, metodologia, desenvolvimento, conclusões
Um laudo técnico deve ser organizado e seguir um padrão.
5. Linguagem clara, objetiva e tecnicamente fundamentada - Art. 473 do CPC
Um bom laudo deve evitar termos vagos ou linguagem excessivamente complexa. O avaliador precisa usar clareza e objetividade, mas sem abrir mão do rigor técnico. Isso significa escrever de forma acessível, mas sempre apoiado em dados, normas e justificativas técnicas, transmitindo confiança no resultado.
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Módulo 8 – Estudo de Caso, Simulação Completa e Encerramento
Objetivo: Consolidar os conhecimentos com um caso prático completo e revisão.
1. Estudo de caso completo com dados reais
Neste tópico, será apresentado um caso prático de avaliação imobiliária, com dados reais de um imóvel. O objetivo é que os alunos possam visualizar como as informações coletadas no mercado, as características físicas e documentais do imóvel e os métodos de avaliação são aplicados na prática.
2. Aplicação de conceitos: levantamento, custo, área, depreciação e valor final
Aqui, cada etapa do processo será revista e aplicada ao caso concreto. O levantamento de informações, o cálculo da área equivalente, a estimativa de custo, o tratamento da depreciação e a determinação do valor final do imóvel serão realizados de forma integrada, reforçando o aprendizado adquirido ao longo do curso.
3. Simulação da elaboração do laudo final
Os alunos irão acompanhar a construção de um laudo completo, desde a estrutura até a redação final. Serão destacados os pontos essenciais que devem constar no documento, conforme as normas técnicas, garantindo clareza, objetividade e fundamentação técnica adequada.
4. Sessão interativa de dúvidas e respostas
Este momento será reservado para a troca entre professor e alunos. As dúvidas mais comuns sobre cálculos, metodologia, normas ou mesmo situações práticas do mercado poderão ser discutidas e esclarecidas.
5. Entrega de planilhas, modelos, checklists e certificados
Ao final do módulo, os participantes receberão materiais de apoio, como planilhas de cálculo, modelos de laudos e checklists para uso profissional. Também será feita a entrega dos certificados de conclusão, consolidando a jornada de aprendizado.
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